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quarta-feira, 1 de novembro de 2017

DISCURSO DE ORADORA

Por Regiane Costa (Texto) e Romildo Alves (Adaptação)*

CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS VERNÁCULAS E ESTRANGEIRAS
FORMATURA 2017.1
DATA: 07 DE OUTUBRO DE 2017

Boa noite a todas as pessoas!

Na primavera do sonho
Eu começo agradecendo
Aos colegas que me deram
Confiança e vou tecendo
Nesta representação
Uma célebre saudação
E ames ma vou estendendo.

À mesa, aqui na pessoa
Do Magnífico Reitor
Evandro do Nascimento
E as pessoas de valor:
Nossos homenageados
Família, mais achegados,
E ao todo apreciador.

Falando em nome da turma
Eu agradeço aos presentes
Nesta data especial
Para os mais novos docentes
A UEFS comemora
Pois está brotando agora
Um punhado de sementes.

Quero parabenizar
A todos nós professores
De Português, Espanhol,
Inglês, Francês, sonhadores
Que em tempos de incertezas
Enfrentamos correntezas
Contrárias aos formadores.

A Universidade Pública
Tem direitos retirados
Os desafios diários
Precisam ser superados
Quem chega onde chegamos
Sabe o que nós enfrentamos
Para sermos graduados.

Foram anos de insônias
Por um sonho que somente
Era ocupar um espaço
Negado historicamente
Mas depois se transformou
E muito mais se ampliou
Para ficar permanente.

São conquistas grandiosas
Primeiro a aprovação
Numa corrida acirrada
Pela melhor posição
Ainda muito inocentes
Das lutas subsequentes
Pra sua manutenção.

Ocupar e permanecer
Requer muita resistência
Às cotas de um restaurante
Em sua insuficiência
Gerando filas gigantes
Que parecem aos estudantes
Um teste de paciência.

Resistimos e amargamos
Faltas de materiais
E em nossa biblioteca
Poucos livros atuais
Acervo escasso, uma “jaula”
Faltas de sala de aula
Infelizmente normais.

A cada novo semestre
Um velho dilema assusta
A demanda estudantil
Com as bolsas não se ajusta
Em valor e em quantidade
Podando a oportunidade
Que se apresenta robusta.

A residência também
Além de sucateada
Passa por seus maus bocados
Frequentemente atacada
Na administração
Centralizada a questão
Ainda é muito ignorada.

Familiares e amigos,
Aqui não é mar de rosas
Há racismo e há machismo
Condutas escandalosas.
Há xeno e homofobia
Mas lutamos dia a dia
Contra as práticas danosas.

Trabalhar ou estudar
Tivemos que escolher
Nas imposições que a vida
Coloca-nos pra viver
Perdas e dificuldades
São as singularidades
Pra essa noite acontecer.

Apesar de aqui felizes
Podermos compartilhar
Com vocês essa alegria
Nós queremos registrar
Que teremos pela frente
Um dever árduo e frequente
Que não dá para adiar.

Trata-se desse momento
De socialização
Daquilo que a academia
Legou-nos por formação
Os nossos conhecimentos
Precisam ser elementos
Que portam a transformação.

Nossa universidade
Hoje vive enfrentando
Problemas para manter-se
E continuar formando
São sérias dificuldades
E suas atividades
Já estão se limitando.

É falta de professores
Redução de orçamentos
Nesse cenário caótico
Há riscos de fechamentos
2015 somente
Ano de greve docente
Vejam os encolhimentos.

Cerca de 7 milhões
Das Ueba’s retirados
Mais que 5,8
Da nossa UEFS cortados
Temos como consequência
A grande deficiência
Dos serviços ofertados.

Como as viagens de campo
Que pouco têm ocorrido
E não é somente a UEFS
Que tem com isso sofrido.
As outras estaduais
Sofrem ataques iguais
E o Estado tem se omitido.

Vera educação pública
Atacada intensamente
Enquanto o setor privado
Com investimento crescente
Nos leva a repudiar
Toda forma de mercar
Um direito que é da gente.

Devemos socializar
Esse direito que temos
A educação gratuita
É o que nós defendemos
Seja no nível que for
E o respeito ao professor
Nós também muito queremos.

Saímos com essa vitória
Mas vamos continuar
Defendendo a qualidade
No direito de sonhar
A dupla licenciatura
Pra quem nas letras apura
Além do vernacular.

Não foi fácil aqui chegar
Com os fatos relatados
E no palco da UEFS
Tantos mais foram passados
Nos espetáculos diários
De atores secundários
Buscamos ser consagrados.

Protagonistas da história
Findamos uma etapa
Para iniciarmos outra
Por outro difícil mapa
O do mundo do trabalho
Onde o valor ainda é falho
E também é quente a chapa.

abemos que o cenário
Não é lá dos otimistas
As políticas contradizem
Os direitos trabalhistas
O que não nos é pacífico
Pode ser o específico
Para as futuras conquistas.

A palavra desse dia
Não é outra, é gratidão!
Nela escrevemos tudo
Que nos dita a emoção
Salve Deus! Salve Oxalá!
Salve tudo o que está
Nos dando essa permissão!

Salve a arte e a beleza!
Salve as letras que unidas
Formam palavras que ganham
Sentidos nas nossas vidas!
A primavera chegou
E o seu conjunto deixou
As nossas almas floridas.

E eu termino dizendo
Que apesar dos pesares
UEFS, foi muito bom
Respirarmos dos teus ares
Vamos, mas te levaremos
E quem sabe voltaremos
Quando menos tu pensares.

Muito obrigada!


* Regiane Costa (texto) e Romildo Alves (adaptação) são licenciados em Letras pela Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia.

2 comentários:

  1. Liberdade de expressão na forma das letras. Obrigado, Revista graduando.

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  2. Que lindo. Adorei a representatividade e as denúncias nesse discurso. ❤

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