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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A(s) passagem(ns) em sala(s) e a aquisição do ISSN

Hoje postamos um texto relacionando a aquisição da identificação da revista como identificação do próprio curso com ela e um trecho de filme.

Por Danilo Cerqueira*


Últimos dias de setembro, 2010. As passagens de sala que fizemos em alguns semestres do curso de Letras para, dentre outras coisas, arrecadar dinheiro para adquirir o ISSN, fizeram pensar sobre como e porque pusemos essa ideia em prática. Por que pedir dinheiro para pagar a identificação dada ao nosso periódico? Identificação... Talvez essa palavra possa ser explorada em diversos contextos e argumentações.
Segundo o Instituto Brasileiro de Informação, Ciência e Tecnologia (IBICT) o ISSN é “o identificador aceito internacionalmente para individualizar o título de uma publicação seriada, tornando-o único e definitivo”. Essa é a definição clássica do Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas (detalhe: a sigla representa um nome em inglês, International Standard Serial Number). Analogamente, podemos dizer que este número, com status de documento, é a “carteira de identidade” de um periódico. No caso da Graduando, em função de termos apenas produções textuais acadêmicas dos estudantes de Letras da UEFS, poderíamos ainda afirmar: ele torna identificável internacionalmente o nosso curso. Assim, ele valora o ― nosso ― periódico enquanto produção acadêmica feirense (institucionalmente, claro, porque os autores, coautores, orientadores, comissários, conselheiros e colaboradores são de diversos lugares, nascidos fora da Bahia e até do Brasil). No entanto, ainda temos outra ideia de valor: a monetária. Esta, por incrível que pareça, não está tão distante da primeira.
A ajuda dos estudantes foi mais do que suficiente. Arrecadamos o dinheiro necessário, mesmo sem passar em todas as turmas do curso ― não foi por isso que as passagens pararam naquele semestre. A visita (termo mais apropriado do que passagem) aos nossos colegas foi motivada pela ideia de que o sentimento de participação do curso em relação à revista seria maior se houvesse uma doação ― ínfima, para alguns ― em dinheiro. Se metade do curso (mais de 350 estudantes), por exemplo, contribuísse com R$ 0,25, conseguiríamos pagar as taxas referentes às aquisições do ISSN (das edições virtual e impressa) sem dificuldades. Menos da metade do curso foi consultada sobre a doação, professores e futuros professores ajudaram... E nós conseguimos a quantia necessária! Essa forma de adesão dos nossos colegas à revista, após alguns meses de apresentada à comunidade acadêmica da UEFS (abril de 2010), ajudou a colocar a identificação já no primeiro número impresso, lançado no dia 2 de dezembro do mesmo ano. 25 centavos... Graduando... Uma palavra, algumas moedas, identificação. A passagem/visita para motivar a existência de uma revista (ou texto) que tem tantos valores quanto pessoas que o podem ver e ler pode ir além da própria fala ou escrita.
Uma cena do filme Antes do amanhecer (1995) retrata, dentre os muitos acasos de um jovem casal que acaba de se conhecer, o ínfimo pagamento deles a um poeta, para que este escreva um poema com a palavra “Milkshake”. Pelo perfil do artista, o destino das moedas seria pagar o prazer instantâneo de uma bebida ou fumo (bem diferente do nosso International Standard Serial Number, “único e definitivo”)... Francamente, o tal poema não vale nem a atenção do casal, quanto mais o dinheiro (!)... As impressões têm a consequência de enganar.
De acordo com a LEI n° 10.994 (14/12/2004), um exemplar de todas as publicações brasileiras deverá ser encaminhado à Fundação Biblioteca Nacional, com o objetivo principal de assegurar a coleta, a guarda e a difusão da produção intelectual brasileira, visando à preservação e formação da Coleção Memória Nacional. Pagar por um escrito que representa esses momentos, algo para o “encontro” entre duas pessoas ― ou mais de 700 ― é, talvez, a esperança de que ideias comuns ou sentimentos iguais (ou que se quer semelhantes) se identifiquem em torno de uma palavra que une o conhecimento e a ação, a produção de saber que, se em um caso emociona, em outro pode co-mover. Voltaremos ao nosso lugar, para escrever mais, para co-laborar mais.



Encarte de Antes do Amanhecer (1995. Dir. Richard Linklater)

* Danilo Cerqueira é licenciado em Letras Vernáculas e cursa o mestrado em Literatura e Diversidade Cultural, ambos na Uefs, e integra o conselho editorial da Graduando.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Uma viagem!


Por Danilo Cerqueira*

Subimos os degraus. Nove alunos ao todo. Deveríamos ser 40, por volta de 20 se inscreveram e apenas nove adentraram no ônibus para nossa excursão cultural. A indisposição de deve ter desestimulado a maioria de enfrentar uma viagem num dia que começava chateadamente chuvoso.

Nossa acomodação foi lenta. Terminamos ficando separados por um par de poltronas e nos comunicamos, durante a viagem, colocando a cabeça acima dos assentos. Nosso bom veículo, um ônibus, inicia a viagem. Começamos a nos fotografar e conversar sobre compromissos adiados, atividades atrasadas e expectativas a respeito da excursão. Durante a passagem pelos bairros em que residiam alguns colegas, eles falavam sobre todo o passado que viveram naqueles lugares. Casos familiares, da vizinhança, confissões da infância, enfim, relatos universais de pós-adolescentes. Viajamos... A cada comentário conhecemos cidades da Bahia e bairros de Feira de Santana em detalhes, segundo a ótica aguçada dos próprios moradores. Carregadas as palavras de pessoalidade. O ambiente do veículo era aconchegante, com poltronas muito reclináveis, saquinho de plástico para cada assento e ar condicionado, embora houvesse televisores avariados.

Uma sexta-feira. Nossa conversa estava tão descontraída que parecia uma reunião familiar num domingo curtido em litoral baiano. Foram wafers e biscoitos recheados distribuídos entre os doze passageiros e, obviamente, nosso condutor. A todos foram oferecidos, alguns não aceitaram. Assim prosseguimos, entre doces e falas, rumo ao nosso destino. Sobre nossos bairros e cidades continuamos a conversar, não encontrando neles tanta relevância literária ou talvez outra vertente artística, mas nossa volta iria ser tão esperada quanto a ida.

Num momento de silêncio entre nossos comentários de alunado, vi, através da Janela, a vegetação passando rapidamente e me dei conta de que estávamos indo para Salvador.


P.S.: O texto/crônica acima foi apresentado(a) como avaliação da disciplina Teoria da Literatura III. Acho que esse texto deve ter inspirado a feitura de um vídeo ao final de meu terceiro semestre do curso de Letras Vernáculas, trabalho que se repetiu até o semestre de formatura da turma.










* Danilo Cerqueira é Graduado em Letras Vernáculas pela UEFS, aluno do mestrado em estudos literários, também na UEFS, e integra a Comissão editorial da Revista Graduando.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Vídeos do lançamento da 2ª edição

     Para aqueles que não estiveram no lançamento, seguem alguns vídeos com um pouco do que aconteceu. No primeiro, um pouco do que a nossa convidada, prof. Girlene Portela, falou durante o evento; no segundo, parte do texto que Eliseu Ferreira fez para homenageá-la; no terceiro, Danilo Cerqueira fala em nome da comissão editorial sobre a importância dos articulistas e dos graduandos para a revista. Esperamos que gostem!




segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Video em homenagem ao professor e escritor Aleilton Fonseca

Uma homenagem a este construtor de conhecimento, que faz sua voz ser ouvida onde estiver...


Aleilton Fonseca é prof. da UEFS e Doutor em Letras pela USP
Video prodizido por Claudia Campos

Poema As formas do barro

AS FORMAS DO BARRO
Eu trago as formas do barro
esculpidas em minhas mãos:
o cheiro molhado de argila
umedece as minhas palavras
e o sol que vem do passado
revela um segredo guardado.

A mão cumpre o risco no ar
e os dedos beneficiam a argila,
mergulhando no gesto vertical.
A esquerda recebe a dádiva
e juntas compartilham o corpo
medido em areia, argila e água.

O verbo nas mãos se enconcha,
se eleva, beija o ar em curva,
e sobre o vazio da forma passa
contra a madeira sem reclame.
A direita alça o arco de arame
e as aparas se despem da massa.

Assim se repete a procura
em novo bolo que se enforma:
vira-se a forma sobre a mesa
de trabalho do artesão,
e feito o asseio de areia,
dois poemas brotam no chão.

De dois em dois, em soma de pares
os montes de argila se multiplicam.
E o oleiro, sem que se repare,
contempla as paredes do futuro,
que hoje, por certo, ainda abrigam
os seus sonhos riscados num muro.

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