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segunda-feira, 13 de abril de 2020

SOBRE OS 10 ANOS DA GRADUANDO PARA O(A) GRADUANDO(A)... NA VIDA

Por Danilo Cerqueira Almeida*


Em 13 de abril de 2010, a revista Graduando iniciava efetivamente sua trajetória no ambiente acadêmico, completando a fase inicial de processo que se estende aos dias atuais. Na referida data, a revista era apresentada aos estudantes em uma recepção aos calouros do curso de Letras. Nos dias em que este texto é pensado e escrito, completa-se dez anos desta data, momento mais que oportuno para destacar alguns aspectos sobre minha visão do periódico.

Este texto é uma livre comemoração (ou pelo menos é o que se pretendeu antes de ser completamente escrito). É uma livre lembrança coletiva, para muitas pessoas, sobre muitos momentos, em relação a muitas atividades realizadas. É nesse sentido que é uma comemoração, ou seja, uma memória reflexiva, ou intentada, para valorizar, para o autor e para os leitores, momentos que se deseja destacar por meio da escrita. Assim, para aqueles que, há dez anos, então participaram de alguma forma daquele momento, e para os que foram sendo agregados aos tantos momentos que culminaram nas atividades atuais da revista, agradecer pode ser acrescido de mais algumas ações. Esta é uma delas.

Dedicar um tempo para escrever sobre isso permite que se reflita a respeito do que isso vem significando para a revista ao longo deste tempo de atuação. Escrever, em seus múltiplos sentidos, para esse tipo de trabalho, é viver. “Respira-se academicamente” por meio da escrita e da leitura. Basicamente, seria assim: a leitura (audição, observação, atenção...) seria a inspiração e a escrita seria a expiração... não só a escrita, mas a fala, o desenho, os gestos, os sinais... E perceber que tais ações, que ocorrem dentro e fora deste ambiente tão marcado em nossa sociedade que é a universidade, fazem parte do cotidiano de estudo e trabalho... dois aspectos da vida que devem ser identificados sem jamais serem separados no dia a dia de qualquer pessoa, independente do espaço que ocupe.

Criou-se e ocupou-se um espaço no ambiente acadêmico da graduação em Letras. Esse espaço persiste e insiste em se fazer presente na universidade há dez anos, com a contingência dos semestres, anos, pessoas, atividades e realidades internas e externas ao periódico, mas sempre conseguindo entregar aos públicos dos quais depende e aos quais atende a possibilidade de estar diante de uma criação, ou produção, ou resultado, ou herança... de sua própria existência, de seu próprio tempo, ou seja, de sua própria condição de ser acadêmico que não exclui a expressão de outras maneiras de ser. Entender isso torna-se significativo na prática das atividades da revista quando se percebe que, ao mesmo tempo em que se muda individualmente, também o tempo, as instituições, os pensamentos, as ferramentas de trabalho, as perspectivas e, enfim, o contexto no qual vivemos, mudam. Assim, por exemplo, a cada quatro anos os graduandos do curso mudam quase por completo. Nesse sentido, o que deve, para a revista, ficar; o que deve, para a revista, significar?

As opções que se fizer para a vida (pessoal, acadêmica, institucional, periódica...) terão aspectos positivos, negativos e, talvez, parcialmente perceptíveis a apenas um par de olhos: terão consequências nesses mesmos termos. Cabe aos seus agentes encontrar, individual ou coletivamente, a melhor forma de escolher quando isso é inevitável e de administrar as consequências que advêm dessas opções. Entretanto, tais ações não devem deixar de representar interna e externamente às comunicações humanas, nas tantas situações da vida, a preocupação em garantir o motivo pelo qual se afirma a própria existência do que quer que seja... No caso da revista Graduando: entre o ser o saber, ciência e paciência para afirmar e para ouvir, tão necessários em qualquer atitude científica, também devem ser necessários aquém e além dos muros da universidade, dos anos de experiência e vivência, dos limites da própria vida.


* Danilo Cerqueira Almeida é licenciado em Letras Vernáculas, especialista e mestre e estudos literários pela Universidade Estadual de Feira de Santana (BA). Atualmente, é professor da rede estadual de ensino da Bahia e faz parte do conselho editorial da revista Graduando: entre o ser e o saber.

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