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segunda-feira, 30 de abril de 2012

O lançamento da primeira edição da revista


Por Danilo Cerqueira *    

     Estávamos todos lá. Não todos os que hoje estão na Graduando... Não todos os estudantes de letras da UEFS... Não todos os comissários, revisores ou comentadores da revista (alguns comentários foram utilizados no convite para o lançamento).  Estavam lá pessoas que prestigiavam a inserção de nossa revista no ambiente acadêmico (Obrigado!). Embora não tenham lotado o anfiteatro (módulo II da UEFS), foi possível sentir o calor e prestígio dos presentes, desde os acordes do grupo que tocou lá – pareceu um show acústico! – até o coquetel, servido após o cerimonial. Depois de um “estratégico” (?) atraso, nosso coordenador da mesa iniciou o momento com a leitura da apresentação do periódico. Foi um texto de caráter introdutório e expositor dos princípios básicos da revista. Após a leitura, o mestre de cerimônia leu um poema que, segundo ele, representava aquele momento. Redijo-o aqui:

Salmo do Instante V
Ao Dr. Possídio do Nascimento Coelho
e a José Matias Filho

Não esqueças este instante,
é tudo quanto possuis,
é mais forte mesmo
do que tua vida.

É teu espaço, este instante
Imperecível e estrelar.
É tudo o que tens de eterno:
incide doloroso e grande
em tua vida. Percorreu
do orco as últimas instâncias.
Não o deixes perecer
entre os milênios
de instantes esmagados.

Ó, não sejas tu somente
uma morte implacável de instantes.

Ittérbio Homem de Siqueira


     Após a leitura do poema, seguida por alguns aplausos, nossa convidada, Professora Élvya, proferiu um breve comentário sobre o evento e nossa publicação. O conselho editorial daquela época “julgou” oportuno convidá-la por merecimento e consideração: a ideia para a revista surgiu a partir de elogios (dela) a trabalhos de estudantes em sua disciplina, na sala de aula. Nada mais justo (justiça não é um conceito tão sincero quanto gratidão, apreço, admiração ou sentimentos mais sublimes ― o valor dado à produção discente) do que convidá-la para participar de maneira destacada da nossa primeira publicação para o curso ― todas as licenciaturas de Letras da UEFS.
A entrega dos exemplares aos nossos primeiros articulistas foi emocionante, chocante, “chorante” e divertida. Relatos diversos de nossos articulistas atestaram a surpresa e, até certo ponto, a estranheza quanto à existência, no curso de letras da UEFS, de um periódico acadêmico para estudantes. Ouvimos informações tanto de que alguns supuseram os trabalhos serem um ― ou que certamente iriam para o ―  lixo (tanto no sentido literal quanto figurado, bem ao gosto do letrado). Descobrimos também o “pai” e a “mãe” da revista naquela noite, muito depois dos nove meses de uma gestação normal (que seria bem tardia). Estávamos (A GRADUANDO) dando à luz uma criança que deve ser (re)embalada a e para cada novo semestre, cada nova turma de letras que ingressa na UEFS e, claro, a cada novo grupo de articulistas numa nova edição.
Para que projetos como esse não sejam “somente uma morte implacável de instantes”, como diz o poeta acima, é oportuno e necessário contrapor essas mortes implacáveis a uma “ressurreição” do curso a cada novo grupo de estudantes que enveredam pelas letras com suas histórias de vida, leituras e potencial de escrita, em mais uma (ou a primeira) revista acadêmica (ou semestre letivo).


*Danilo Cerqueira é Graduado em Letras Vernáculas pela UEFS, aluno do mestrado em estudos literários, também na UEFS, e integra o Conselho Editorial da Revista Graduando

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O outro lado

Por Maurício d'Oliveira*     

     Lembro de poucas e ótimas aulas em que professores e colegas, mas, principalmente, professores, falavam da experiência de leitura como algo transcendente e mágico - chegaram a dizer "libertador", certa vez. Falavam com ânimo de como a literatura atua sobre o leitor, falavam dos mundos possíveis/impossíveis que poderíamos conhecer através dos livros, do prazer calmo das horas de leitura numa mesa, numa rede, no chão da sala, só não falaram do outro lado.
    Que lado? O outro lado, sempre há pelo menos um. Sempre há, pelo menos, vários e infinitos lados. Mas, deste lado, pouco se costuma dizer: há um lado angustiante, quase desesperador.
     Há uma grande perda no último capítulo de um grande livro.
   Parece que o autor é como um bom amigo que partiu, que morreu ou que não quer mais a nossa companhia. As mãos acostumadas à textura das páginas sentirão a falta, o vazio deixado; os personagens todos que povoavam nossa mente se dissolvem, restam apenas algumas lembranças. Como era mesmo o nome da mulher de Mersault?
     Perda sim, e não me venham com essa de “isso ficará marcado para sempre”. Acabou a droga do livro, e agora? John Fante deixou um monte de pó a minha frente, podem perguntar a qualquer um; Camus acendeu um sol absurdo e se foi; Bradbury fugiu com os homens livros; Hesse está numa estepe, sozinho; Vonnegut levou embora Billy Pilgrim para o futuro, ou passado, não sei; dos Capitães de Areia não ficou nem o cheiro de mar nem o cheiro de mofo.
      Há uma grande perda na última página de um grande livro.
     Quem diria que as centenas de páginas de Ubaldo chegariam ao fim? Até Maria da Fé se foi; no quarto de Gregor Samsa, além do cheiro de inseto morto, nada ficou; variando sobre os mesmos temas, Gessinger foi tocar a sua guitarra elétrica e beber seu chimarrão. Do meu livro preferido guardei uma frase, uma só: “tanto faz!”. Parece pouco... e é pouco mesmo. Foi o que o livro deixou, além de um misto de tristeza e calmaria nas semanas seguintes. Mas, quer saber? “Tanto faz!”.
     Há uma grande perda na última frase de um grande livro.
    Por ser um pessimista, ao começar a ler um livro e desbravar os mundos possíveis/impossíveis de que tanto me falaram, antecipo o sofrimento, quase sem notar: ao perceber que o fim se aproxima, leio menos, leio devagar, como criança que come a sobremesa devagar, aproveitando cada dose de prazer e angústia, mas, numa hora termina, sempre termina.
     Há uma grande perda na última palavra de um grande livro.


*Maurício d'Oliveira é graduando em Letras com inglês na UEFS e também escreve em seu blog Pior é na Guerra

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Escolhida a capa da terceira edição

É isso mesmo, pessoal, já temos o resultado da votação que ocorreu nessas últimas semanas para escolher a capa da 3ª edição. Antes de qualquer coisa, precisamos agradecer a participação de todos aqueles que votaram e daqueles que enviaram suas imagens de sugestão. Foi uma votação bastante acirrada, e aqui temos a capa ganhadora:

Capa 3 (11 votos)



A votação das outras capas foi:

Capa 2 - 11 votos
Capa 4 - 3 votos
Capa 5 - 2 votos
Capa 6 - 9 votos
Capa 7 - 2 votos
Capa 8 - 3 votos


A terceira edição da Graduando está cada vez mais perto de seu lançamento, em breve teremos mais novidades. Aguardem!

sábado, 14 de abril de 2012

O Evangeio segundo o homi do sertão

Xilogravura: Luiz Natividade
 Por Weslley M. Almeida*

Certo dia Deus óia aqui pra baixo e diz:
- Oxente! Esse povo tá ficano doido é?!
Criei a terra, o céu e o mar
As pranta e os animá
E eles – homi e muié
Mas tá um no prato do ôtro meteno a cuié,
Tão se acabano, acabano o praneta, moço
E oie que no iniço tudo era bão, desde esboço!

As injustiça tá arretada
Os homi só qué dominá
Os seres que se dize humano
Qué é mermo enfiá a faca no buxo do ôtro,
Como se diz entre eles mermo,
“Farinha poca meu pirão primêro”
É tanta gente desumana precisano se consertar...
Já tô veno, vô tê que mostrá pra esse povo
a agir como gente mermo...
Jesus meu fio, venha cá!
Oia pro desgracero que tá se assucedeno lá imbaxo
Minhas criatura prefirida meu fi!
Essa gente tem é sorte, vice
Pro mode se num fosse meu amô pro eles
Que é maió do que seus pecado
Tarium tudo arruinado, fritim,fritim
Todo mundo lascado.

— Não se apoquente meu pai
A gente já vai arrersorvê esse causo
Num vai ser farci não
O cálice é pesado
E o que se tem nele é amargo,
Mas há o que se fazê.

— Ta bom meu fio
Entonce tu vá lá
Pra lá eu te enviu
Pra a esse povo anunciar
A justiça e a igualdade
Purque a iniquidade
Já num ta mais pra se guentá.

Num é que Jesus foi mermo homi?!
Desceu em forma de gente
Num ventre de uma tá de Maria
Lá de Belém da Judea
Muié valoroza, de fé
Que sofreu restrição sociá da comunidade
E até mermo
De seu marido, José
Que num entendeu nadica de nada
Da gravidez inesperada.
Mas o Sinhô mandô um anjo
Pro mode falá cum ele, o José
Através dum sonho
E expricá o acontecido
E só depois disso entonce
É que se ficô tudo esclarecido.
Após muita aflição e perseguição aos pais de Jesus
Teve este que nascê num dormitório de jegue
Numa tá de manjedora lá
No meio de animá e de capim
Pro mode de não ter dindim
Pois num era de famia de posse.
Êta situação ruim...

Mas tudo acabô-se dano certo
Essa criança foi cresceno, cresceno...
Em artura, matutez e graça
Diante dos homi e de Deus.
Aos trinta ano foi batizado
Prum tá de João Batista, seu primo,
Que vivia no deserto
Comeno uns garfanhoto e mé sirvestre
Pregano arrependimento
Às víbura da época
Escribas e farizeus
Ô raça de cabra safado!
São piores de que ateu...
Mas deixa isso pra outra conversa
Vamo dá continuidade ao causo em pauta.

Pois entonce, logo depois desse batismo
Nosso sinhô contemprô o Espríto Santo!
Que veio sobre ele e disse:
“Esse é meu fio amado
Em que tenho um prazê danado!”
Aí sim o nosso Sinhô começô seu ministero
Que foi grande de arruiná
As estrutura sociá da época.
É que ele começô a curá
Libertá
Ensiná
Restaurá.
Aos rico pregô pobreza de espríto
E aos pobre abraçô com riqueza de amô.

Mas um tá de Judas, um dos seu dircípro
Quis colocá tudo a perdê
Mas Jesus não ficô arretado com ele não
Já sabia de tudo...
Já tava inscrito nos prano divino.

Desde aí
Nosso mestre foi cuspido
Deram com um caniço em sua cabeça
Puseram nele um pano avermeiado
E uma coroa cheia de espinho.
Fizeram gozação com ele
O chamano com muito sarro
De “Rei dos Judeus”.
Colocarum num madeiro
O prego lhe fez muita dô
Os espinho lhe aprofundava o coro cabeludo
E ele, sufocado, agonizô.
Mas nosso Sinhô num desistiu não
Tava por demais arrersovido
Prosseguiu
Se manteve firme
Até o finá fircô.

É... aquela cruz era que nem mandacaru
Dolorida e espinhosa
Mas de onde se saia líquido em tempo sequioso
Dali saiu líquido precioso
Pra nossas arma banhar.
E como as água do velho Xico,
Irriga, transforma,
faz nossa vida briá.

Retirarum seu corpo da cruz
Colocarum num túmulo
Num negóço chamado sepucro
O cemitéro deles lá
E nele ficô até guarda a vigiá
Mas num adiantô não
Mermo assim
A pedra rolô
Ele resucitô
Ressurgiu dentre os môrto
Se levantô
Êita cabra arretado é Jesus nosso Sinhô.

E hoje, Ele, com essa atitude de amor,
Um candiêro eterno nos dexô
E a chama inapagarvi
De esperança e de amô
Pra andarmo iluminado
Nesse mundo de escuridão:Viva! Viva a nosso Sinhô!



*Weslley Moreira de Almeida é Graduado em Letras com Inglês pela UEFS, especialista em ensino de língua inglesa e faz parte do Núcleo de Investigações Transdisciplinares - NIT e da comissão editorial do Jornal Fuxico - UEFS. Também publica em seu blog, Le-tranças.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Uma viagem!


Por Danilo Cerqueira*

Subimos os degraus. Nove alunos ao todo. Deveríamos ser 40, por volta de 20 se inscreveram e apenas nove adentraram no ônibus para nossa excursão cultural. A indisposição de deve ter desestimulado a maioria de enfrentar uma viagem num dia que começava chateadamente chuvoso.

Nossa acomodação foi lenta. Terminamos ficando separados por um par de poltronas e nos comunicamos, durante a viagem, colocando a cabeça acima dos assentos. Nosso bom veículo, um ônibus, inicia a viagem. Começamos a nos fotografar e conversar sobre compromissos adiados, atividades atrasadas e expectativas a respeito da excursão. Durante a passagem pelos bairros em que residiam alguns colegas, eles falavam sobre todo o passado que viveram naqueles lugares. Casos familiares, da vizinhança, confissões da infância, enfim, relatos universais de pós-adolescentes. Viajamos... A cada comentário conhecemos cidades da Bahia e bairros de Feira de Santana em detalhes, segundo a ótica aguçada dos próprios moradores. Carregadas as palavras de pessoalidade. O ambiente do veículo era aconchegante, com poltronas muito reclináveis, saquinho de plástico para cada assento e ar condicionado, embora houvesse televisores avariados.

Uma sexta-feira. Nossa conversa estava tão descontraída que parecia uma reunião familiar num domingo curtido em litoral baiano. Foram wafers e biscoitos recheados distribuídos entre os doze passageiros e, obviamente, nosso condutor. A todos foram oferecidos, alguns não aceitaram. Assim prosseguimos, entre doces e falas, rumo ao nosso destino. Sobre nossos bairros e cidades continuamos a conversar, não encontrando neles tanta relevância literária ou talvez outra vertente artística, mas nossa volta iria ser tão esperada quanto a ida.

Num momento de silêncio entre nossos comentários de alunado, vi, através da Janela, a vegetação passando rapidamente e me dei conta de que estávamos indo para Salvador.


P.S.: O texto/crônica acima foi apresentado(a) como avaliação da disciplina Teoria da Literatura III. Acho que esse texto deve ter inspirado a feitura de um vídeo ao final de meu terceiro semestre do curso de Letras Vernáculas, trabalho que se repetiu até o semestre de formatura da turma.










* Danilo Cerqueira é Graduado em Letras Vernáculas pela UEFS, aluno do mestrado em estudos literários, também na UEFS, e integra a Comissão editorial da Revista Graduando.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Votem na capa da 3ª edição!

Depois de receber as sugestões dos estudantes, chegou a hora de votar e escolher a capa da 3ª edição. Para isso, mais uma vez contamos com a ajuda de vocês graduandos. Aqui vão as oito (!) opções de capa (clique para ver maior):

                                                                                                                                                                                                            
    Capa 1

                                                                                                                                                                 


Capa 2 



    Capa 3


  Capa 4



 Capa 5
                                                   


    Capa 6



       Capa 7
                                                                           

    Capa 8


        Para deixar seu voto é só deixar um comentário nesse post com o número da sua capa preferida, identificado com seu nome e e-mail, ou mandar um email para revistagraduando@gmail.com com o número da sua capa escolhida. A votação vai até o dia 24/03. Agora, mãos a obra, vamos juntos fazer a terceira edição!

ABAIXO AO MONSTRO DO COMODISMO! VIVA FEIRA DE SANTANA

Por Wellington Gomes de Jesus*


Como todos já sabem, acredito, Feira de Santana foi transformada em Região Metropolitana em junho de 2011, que é o grupamento de municípios com interesses comuns e projetos compartilhados. Segundo o atual secretário municipal de planejamento, Carlos Britto, em entrevista para o canal G1, vai existir “várias cidades no entorno de Feira que juntas irão discutir transporte, intervenções urbanas, captação de recursos, representação política, brigando por obras de infraestrutura na cidade”, e acredita “que vai dar uma guinada boa se os objetivos de todos forem comuns”. Vejamos bem: se os objetivos de todos forem comuns. Coisa difícil!

Entretanto, amigos, a massa feirense, o grande povo, não faz a mínima ideia do que significou esse evento, tampouco as autoridades se incomodaram em socializá-lo. Feira de Santana, da maneira como se encontra, ainda vai levar muito tempo para se tornar cidade, e quando se tornar não terá dado conta disso. Ainda somos um pequeno vilarejo assombrado pelo antigo regime dos currais eleitorais e do clientelismo político da República Velha.

Pois é! A administração pública trata o cidadão de Feira com mesquinhez e ignorância, acreditando ser um povo segregado é frágil, sem poder de decisão e transformação. E não é de todo mentira. Pois, num passado recente, as pessoas iam às ruas para defender seus interesses pessoais e coletivos, iam até as últimas consequências de seus empreendimentos, mas agora não, o individualismo e a hipocrisia tomaram conta delas, como numa epidemia avassaladora. Prova disso é o recente aumento da passagem de ônibus urbano para R$ 2,50 e a curiosa atitude dos usuários, cidadãos feirenses, que “enchem” os ouvidos de motoristas e cobradores de ônibus com palavras de baixo calão e frases irônicas sobre o assunto e deixam estudantes estigmatizados, enfraquecidos e solitários nas ruas, quando deveriam reclamar, também, os seus direitos a quem de fato poderia resolver o problema. O certo é que o povo desta terra tem jogado muita conversa fora. Será a lei do mais forte ou a lei do acuado? Do indefeso? Do órfão? Creio ainda que seja outra lei: a do medo.

É isto. O povo feirense é órfão de pai e mãe e não aprendeu a lutar por sua própria sobrevivência. Tem esperado que uma força do além venha resolver os problemas sociais que tanto o assola; e esquecido de, ele mesmo, dar o primeiro passo, do lado de fora, para as mudanças almejadas apenas entre quatro paredes.

Está mais que na hora dos novos metropolitanos abandonarem, de uma vez por todas, a condição de vítimas do sistema de corrupção e apatia administrativa de prefeito, vereadores, secretários e companhia limitada, e quebrar a velha ideia de que pessoas de culturas, lugares e costumes diferentes nunca se unem. Pelo contrário, o povo feirense é a mistura que pode e deve dar certo.



*Wellington Gomes de Jesus é graduado em Letras com Espanhol pela UEFS e membro do Conselho Editorial da Revista Graduando

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