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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

POEMAS

Por Rejane Aquino*


FESTEJO

Para: Marcelo Amaral


Querido, Natal!
Nele os presentes...
Presentes, presentes
e, também, ausentes.

Há risos e alegria nas caixas .

Em breve, o amigo secreto.
Quero o melhor!
Se eu não ganhar,
ainda resta a ceia.

Comida, comida, mais comida
e minha alma, continua vazia...

Há várias perdições na mesa,
quero todas!

Minha família festeja,
disfarçando dores.
Há maquiagem!
É tempo de natal.

Chove.
Há um mendigo faminto,
lá fora.
Mas o que importa?
Faltam treze minutos
para Papai Noel chegar,
mais presentes.

A noite segue...

Feliz aniversário, Jesus!


________________________________________________________________


Por Rejane Aquino* e Romildo Alves**




.










* Rejane Aquino é formada em Letras pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), professora e poeta.
** Romildo Alves é cordelista cursa Letras Vernáculas na UEFS.

sábado, 14 de abril de 2012

O Evangeio segundo o homi do sertão

Xilogravura: Luiz Natividade
 Por Weslley M. Almeida*

Certo dia Deus óia aqui pra baixo e diz:
- Oxente! Esse povo tá ficano doido é?!
Criei a terra, o céu e o mar
As pranta e os animá
E eles – homi e muié
Mas tá um no prato do ôtro meteno a cuié,
Tão se acabano, acabano o praneta, moço
E oie que no iniço tudo era bão, desde esboço!

As injustiça tá arretada
Os homi só qué dominá
Os seres que se dize humano
Qué é mermo enfiá a faca no buxo do ôtro,
Como se diz entre eles mermo,
“Farinha poca meu pirão primêro”
É tanta gente desumana precisano se consertar...
Já tô veno, vô tê que mostrá pra esse povo
a agir como gente mermo...
Jesus meu fio, venha cá!
Oia pro desgracero que tá se assucedeno lá imbaxo
Minhas criatura prefirida meu fi!
Essa gente tem é sorte, vice
Pro mode se num fosse meu amô pro eles
Que é maió do que seus pecado
Tarium tudo arruinado, fritim,fritim
Todo mundo lascado.

— Não se apoquente meu pai
A gente já vai arrersorvê esse causo
Num vai ser farci não
O cálice é pesado
E o que se tem nele é amargo,
Mas há o que se fazê.

— Ta bom meu fio
Entonce tu vá lá
Pra lá eu te enviu
Pra a esse povo anunciar
A justiça e a igualdade
Purque a iniquidade
Já num ta mais pra se guentá.

Num é que Jesus foi mermo homi?!
Desceu em forma de gente
Num ventre de uma tá de Maria
Lá de Belém da Judea
Muié valoroza, de fé
Que sofreu restrição sociá da comunidade
E até mermo
De seu marido, José
Que num entendeu nadica de nada
Da gravidez inesperada.
Mas o Sinhô mandô um anjo
Pro mode falá cum ele, o José
Através dum sonho
E expricá o acontecido
E só depois disso entonce
É que se ficô tudo esclarecido.
Após muita aflição e perseguição aos pais de Jesus
Teve este que nascê num dormitório de jegue
Numa tá de manjedora lá
No meio de animá e de capim
Pro mode de não ter dindim
Pois num era de famia de posse.
Êta situação ruim...

Mas tudo acabô-se dano certo
Essa criança foi cresceno, cresceno...
Em artura, matutez e graça
Diante dos homi e de Deus.
Aos trinta ano foi batizado
Prum tá de João Batista, seu primo,
Que vivia no deserto
Comeno uns garfanhoto e mé sirvestre
Pregano arrependimento
Às víbura da época
Escribas e farizeus
Ô raça de cabra safado!
São piores de que ateu...
Mas deixa isso pra outra conversa
Vamo dá continuidade ao causo em pauta.

Pois entonce, logo depois desse batismo
Nosso sinhô contemprô o Espríto Santo!
Que veio sobre ele e disse:
“Esse é meu fio amado
Em que tenho um prazê danado!”
Aí sim o nosso Sinhô começô seu ministero
Que foi grande de arruiná
As estrutura sociá da época.
É que ele começô a curá
Libertá
Ensiná
Restaurá.
Aos rico pregô pobreza de espríto
E aos pobre abraçô com riqueza de amô.

Mas um tá de Judas, um dos seu dircípro
Quis colocá tudo a perdê
Mas Jesus não ficô arretado com ele não
Já sabia de tudo...
Já tava inscrito nos prano divino.

Desde aí
Nosso mestre foi cuspido
Deram com um caniço em sua cabeça
Puseram nele um pano avermeiado
E uma coroa cheia de espinho.
Fizeram gozação com ele
O chamano com muito sarro
De “Rei dos Judeus”.
Colocarum num madeiro
O prego lhe fez muita dô
Os espinho lhe aprofundava o coro cabeludo
E ele, sufocado, agonizô.
Mas nosso Sinhô num desistiu não
Tava por demais arrersovido
Prosseguiu
Se manteve firme
Até o finá fircô.

É... aquela cruz era que nem mandacaru
Dolorida e espinhosa
Mas de onde se saia líquido em tempo sequioso
Dali saiu líquido precioso
Pra nossas arma banhar.
E como as água do velho Xico,
Irriga, transforma,
faz nossa vida briá.

Retirarum seu corpo da cruz
Colocarum num túmulo
Num negóço chamado sepucro
O cemitéro deles lá
E nele ficô até guarda a vigiá
Mas num adiantô não
Mermo assim
A pedra rolô
Ele resucitô
Ressurgiu dentre os môrto
Se levantô
Êita cabra arretado é Jesus nosso Sinhô.

E hoje, Ele, com essa atitude de amor,
Um candiêro eterno nos dexô
E a chama inapagarvi
De esperança e de amô
Pra andarmo iluminado
Nesse mundo de escuridão:Viva! Viva a nosso Sinhô!



*Weslley Moreira de Almeida é Graduado em Letras com Inglês pela UEFS, especialista em ensino de língua inglesa e faz parte do Núcleo de Investigações Transdisciplinares - NIT e da comissão editorial do Jornal Fuxico - UEFS. Também publica em seu blog, Le-tranças.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Cordel de Machado de Assis


Por Janilúcia Silva dos Santos*

Na Quinta do Livramento
Lá no rio de Janeiro
Em 21 de junho nascia
Nosso ilustre brasileiro
No ano de 1839
Conhecido no mundo inteiro.

Joaquim Maria Machado de Assis
Este era o nome seu
Mulato, de origem humilde
Garoto pobre muito sofreu
Saúde frágil, epiléptico
Foi a vida que viveu.

(...)

Bem pequeno ficou órfão
Da sua mamãe querida
Foi o seu pai logo depois
Uma machadada na vida
A madrasta Maria Inês
Deu-lhe pão e guarida.

Para amenizar o sofrimento
Na missa ia ajudar
Na igreja da Lampadosa
O latim veio estudar
Aprendeu francês, inglês
Até o alemão veio a falar.

(...)

Veio de uma família pobre
Persistente e esforçado
Teve aos 16 anos
O poema “Ela” publicado
O trabalho literário
Sempre deixou empolgado.

Da infância pouco se sabe
Menino gago lutador
Criado pela madrasta
Foi caixeiro e vendedor
Mesmo sem escola regular
Machadinho se consagrou.

(...)

Em 1864
1º livro de poesia publicou
Mas a vida outra vez
Um golpe lhe acertou
E para a eternidade
Seu amigo Faustino levou.

No ano de 1866
No Rio Carolina chegou
Irmã do amigo Faustino
Logo o cupido flechou
E a vida de Machado
Sol, risos, poesia se tornou.

Lutou contra o preconceito
E conquistou logo a menina
O típico homem de letras
Casou-se com a Carolina
Brasileiro bem sucedido
Escritor de boa sina.

Com a musa Carolina
Exercitou o seu amor
Casamentos de 35 anos
Viveu um romance alentador
Buscando a felicidade
Sua vida se transformou.

Sua união foi muito feliz
Mas filho não chegou
Com a morte da esposa
O sofrimento voltou
Fez o soneto “Carolina”
E a sua amada celebrizou.

(...)

Como tudo na vida passa
Machado também passou
E em 29 de setembro de 1908
A Academia de Letras enlutou
Com a morte de Machado
Mas sua obra-prima ficou.

Foi saudado por Ruy Barbosa
Morre o grande escritor
Com certeza ele está
Nos braços do seu amor
Foi embora o magistrado
Mas Machado se eternizou.

No cenário universal
Orgulhando nossa gente
100 anos sem Machado
E ele sempre presente
O grande gênio da Literatura
Do Ocidente ao Oriente.

No céu brilhou uma luz
É Machado a festejar
EEUU, maior potência do mundo
Um negro eleito vai governar
Até que enfim o PRECONCEITO
“Barack Obama” vai destronar.

*Janilúcia Silva dos Santos é graduada em Letras Vernáculas pela UEFS

sábado, 3 de dezembro de 2011

Cordel da Graduando


Por: Luciano Ferreira*

A Revista Graduando
É o canal do estudante,
Por isso está crescendo
Ficando mais elegante.
Faz o diferencial,
Com grande potencial,
Uma história fascinante.

De estudante pra estudante,
Sem fazer muito embaralho,
A Revista é coisa séria,
Não fazemos quebra galho.
Sendo artigo ou resenha
Graduando é a senha
Que publica seu trabalho.

Um trabalho bem feito
Esquecido na gaveta
É como rastro de fogo
Deixado por um cometa:
Na hora alumia tudo
Depois: cego, surdo e mudo
Ninguém fala da faceta

Quando o saber se constrói,
Tudo tem melhoramento.
Segredo é coisa boa,
Mas não neste segmento.
Se o saber se multiplica,
A coisa se descomplica
E a ciência tem aumento.

Os estudantes de Letras
Entenderam que é assim
E criaram uma revista
Voltada para este fim:
Promover publicação
De quem faz graduação
E ligaram para mim

Encomendaram o cordel,
Que eu fiz com primazia,
Para falar da Revista,
O que exige galhardia.
Pois comigo é desse jeito:
Escrevo sem preconceito
Seja noite ou seja dia

Deixei os versos fluirem
Segundo a inspiração.
Com motivo pra escrever
Palavras vêm de montão.
A gente escreve sem freio
Como bala em tiroteio
Que não quer parar mais não.

São dois anos de trabalho
E o sucesso é total.
A Revista Graduando
Vai crescendo no local
É destaque na cidade
Já tem notoriedade
Até em nível nacional

Com o nome no gerúndio,
Que garante a permanência,
Estando sempre presente
Com sinal de competência.
Para sempre Graduando
Estudantes no comando
Produzindo mais ciência

Seu trabalho passa por
Competentes professores
E todos gabaritados
Sendo mestres ou doutores
O que aumenta o prestígio
E te livra de litígio
Evitando dissabores

Portanto a Graduando
É um caso sem igual,
Um orgulho da UEFS,
Periódico legal.
E pra que ninguém condene
Tem até ISSN
E tudo fica normal

Conheça também o blog
Que é um negócio bom
Um show de informação
Seguindo o mesmo tom.
Por isso por dentro fique
Vire a folha e veja o link
Atrás da capa marrom

Agora a classe de Letras,
Quando trabalho produz,
Capricha na execução,
A competência conduz.
E só quer fazer bem feito
Porque sendo desse jeito
A Graduando traz à luz.

Saindo na Graduando
O sucesso é garantido,
Engorda seu currículo
E seu tema é discutido.
Logo cai na internet
E até que chova canivete
Seu nome será mantido.

E, se você quer publicar,
Não perca mais tempo, não.
Agilize seu trabalho
E procure a comissão,
Que o plano editorial
Dá aparato total
E faz a publicação.

O apoio dos professores
Respaldando a Revista
Que não deixa seu trabalho
Com o tempo perder de vista.
Aqui tem divulgação
Com grande satisfação
Cada dia aumenta a lista.

Porém não se preocupe,
Pois sempre cabe mais um.
Seu texto a gente publica,
Não fazemos zum zum zum.
Nós temos alguns critérios,
Porém nada de mistérios,
Mas as normas em comum.

Um espaço democrático,
Do jeito que tem de ser,
Incentivando a pesquisa
Como deve proceder.
A Revista Graduando
Assim vai se situando
Entre o ser e o saber

(Texto adaptado)


*Luciano Ferreira é graduado em Letras com Espanhol na UEFS, é colecionador, pesquisador e escritor da literatura de cordel.

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