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segunda-feira, 16 de julho de 2018

QUANDO TEREMOS GRANDES MUDANÇAS

Por Danilo Cerqueira*


Quando me perguntarem quando teremos grandes mudanças, direi que elas realmente acontecem quando são promovidas por grandes pessoas. Essas pessoas realmente existem, mas como elas chegam a ser dessa maneira, comovedoras de tantas outras a ponto de formar um movimento, pois, afinal, elas não vão realizar grandes modificações sozinhas? As pessoas têm, digamos assim, graus de capacidade de promover mudanças. Elas podem conseguir realmente mudar nada, pouco, considerável ou significativo em suas próprias vidas; também podem fazer mudanças nas vidas de sua gama de contatos; e ainda podem promover mudanças em pessoas que jamais virão a conhecer...

Um dos casos mais comuns e imediatos que podemos observar, no último caso, é o da política democrática, com pessoas eleitas pela "maioria" do "povo", que tem os eleitos como representantes políticos para executar, legislar e legitimar a ordem e o progresso do (de um) país. Mas as pessoas, as grandes pessoas, são, antes de tudo e de todos, grandes promotoras de mudanças em si, provavelmente em luta constante com o cotidiano arrasador do desenvolvimento próprio do indivíduo, traço essencial do ser humano, favorável ao desenvolvimento de reais e significativas contribuições para a sociedade em que vive, da qual compartilha suas experiências de vida. Tais grandes pessoas parecem não se importar muito com o passar do tempo, mas com seus projetos, que sabem ser também importantes para o seu (ou qualquer) grupo humano que tenha o alcance de sua ideia contributiva. Essas pessoas não são egoístas, no sentido de quererem tudo, ou mesmo o que tem no momento, só para elas. Elas acreditam, sim, que parte do ego está na aproximação que existe entre todos os seres humanos que conseguem identificar entre si semelhanças, características comuns, sentimentos e tendências congruentes, simpatias... Assim, quanto mais se afunda no que cada um tem seu de ser humano (ego), pode-se encontrar inúmeras identificações, um qualquer outro que esteja ao alcance de nossa percepção ou pensamento... esteja ele em qualquer espaço ou tempo de convivência.

As mudanças realmente acontecem quando se é incumbido de certo desprendimento do próprio destino, na medida em que se propõe um pouco mais de entrega ao destino do(s) outro(s), como forma de encontro com o que há de mais individual na integridade de um ser que pensa: a necessidade de seguir o que há de mais reconhecidamente elogiável e virtuoso por todos, porém, nos próprios pensamentos. Isso pode não ser compreensível, mas é sensível, é descoberto muitas vezes quando se está entregue aos próprios pensamentos, não sem censura, mas sem clausura. Desse  modo, podemos fazer coisas que certamente alguns grupos de pessoas vão aprovar abertamente, outros grupos não; alguns grupos ou pessoas podem boicotar subliminarmente, mesmo ainda que sequer percebam que estão fazendo isso; outras e outros, do mesmo modo, podem fazer exatamente - ou não exatamente - o contrário. Essa é - e assim é que se apresenta - a vida. Fazemos tudo o que queremos? Não. Fazemos tudo o que não queremos? Não. Assim, resta-nos dizer à frente do espelho, se pudermos: Você não faz tudo o que quer, também não faz tudo o que não quer.


* Danilo Cerqueira possui graduação e pós-graduação pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Atualmente, é professor da rede pública de educação do Estado da Bahia na cidade de Feira de Santana. Também é membro do conselho editorial da revista Graduando: entre o ser e o saber.

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