Por Danilo Cerqueira*
Estavam na sala do D.A. de Letras e
Artes José Jerônimo de Morais, em meados do mês de fevereiro de 2009, alguns
indivíduos da então gestão e do (de um) Grupo Letrarte. Estávamos reunidos às
vésperas do mês da poesia (14 de março) para organizar nosso terceiro sarau.
Fato: não tínhamos um nome para o sarau,
mas já tínhamos um (novo) local. O que fazer diante da falta de criatividade
para dar um nome ao nosso evento, o mais disputado e famoso das “anonimidades” da
classe letrada da UEFS? Fomos in loco
para ver se aspirávamos algum sugestivo incenso de vernáculo (ou não),
suficiente para chegar a um nome pouco acima do ridículo para esse tal evento
de letras. Assim, estavam (a certeza sempre falta aos que lembram às risadas) a menina
da voz ritmada, o chato, o burocrata, o superintendente, o/a acompanhante,
Maria bonitinha e Nenhum artista. Bem... Nenhum artista comparecer a esta
narrativa quer dizer que alguma coisa séria sairia de lá. E saiu.
Dirigimo-nos à praça do borogodó (popularmente
alcunhada pelo nosso chato, se não me falha certa minúcia de memória) não
necessariamente com essa formalidade. Todos lá, alguns sentados e outros a
perambular pelo espaço aberto, contemplávamos toda a área da praça recém-construída.
Esse seria o primeiro sarau de nosso grupo numa praça. Talvez por isso
estivéssemos meio perdidos em encontrar um nome para o evento. Os dois
anteriores, realizados em frente ao anfiteatro nos meses de agosto e outubro de
2008, foram por experiência um sucesso. Este precisava ter algum diferencial.
Nossa! Precisávamos logo chegar a um nome, pois elaboraríamos um cartaz ainda
para realizá-lo antes do dia da poesia.
Agora, nas dependências da praça do borogodó,
esse grupo haveria de chegar a um nome para o terceiro sarau do grupo Letrarte?!...
Fomos todos para a parte mais baixa da
praça e como que admiramos aquele espaço ─ com uma mesa grande e outras menores –, na
parte mais alta e também mais próxima aos MTs do módulo 3. Olhávamos de baixo
para cima, uma posição de altivez ou de avistamento, como que prestes a
encontrar uma pedra e chegar ao chão... ou avistar uma nova morada para nossa
inteligência.
Todos concentrados: conversávamos bem
desordenadamente sobre banalidades. Todos empenhados: ouvi alguns roncos de
estômago (estava próximo do almoço). Entre a menina da voz ritmada e nenhum
artista alguém rasgou nossa impotência cognitiva. Disse (creio que tenha sido o
burocrata):
─ Arte às Traças!
Lembro da Maria bonitinha completar
exasperada:
─ Sarau na praça! ─ coisa
muito incomum em nossas Letras é uma (!) rima ambígua.
Desescalarecidas as ambiguidades sobre quem
seriam as traças e se era a arte na universidade que estava às traças fomos,
regozijados com nossa mais nova criação, para a organização de nosso terceiro
sarau:
Arte às traças!
Sarau na praça
*Danilo Cerqueira é Graduado em Letras
Vernáculas pela UEFS, está fazendo especialização em estudos
literários, também na UEFS, e integra a Comissão editorial da Revista
Graduando.
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