Por Camila Deangelis Rocha de Souza*
A
instituição educacional do Estado está seguindo em contramão à formação
do cidadão. A avaliação do ensino brasileiro está entre os piores do
mundo. No entanto os indicativos nacionais apontam para um significante
avanço no aproveitamento curricular.... Utopia!
Se
nós permanecemos entre os piores, onde alunos não conseguem fazer uma
simples operação de matemática, redigir nem pensar, sequer ler,
interpretar e por ai vai... não é culpa dos nossos pequenos cidadãos,
mas de políticos omissos, de escolas desestruturadas e de professores
mal remunerados. Falta engajamento entre políticos, professores, alunos e
pais de alunos. Sem isso a educação está fadada ao colapso.
Podemos
sim encarar a educação como de fato deve ser, ou se preferirmos podemos
continuar fazendo de conta que melhoramos nosso índice negativo,
criando espectro de homens cidadãos, verdadeiros Franksteins costurados
com retalhos educativos, Zumbis perambulando pelas avenidas sociais a
procura de sangue na próxima esquina, aumentando o número de
encarcerados e iletrados. Depois, nós mesmos vítimas desses horrores
ficaremos blasfemando: “Ho, que horror!, Que desumano! Que desgraça!” A
hipocrisia no ensino público leva a isso. A incompetência é que gera a
criação dessas criaturas disformes. E de quem é a culpa? A culpa é de
todos que fazem parte desse sistema corroido, corrupto; da escola que
não encontra uma forma atraente de envolver o aluno; dos políticos que
pouco se interessam em investir na educação; dos professores mal
preparados ou mesmo pela má remuneração daqueles qualificados; dos pais
que pouco participam junto à escola e, em uma outra ponta, pais que
compram a peso de ouro uma vaga em Universidades a fim de realizar,
segundo eles, os desejos profissionais dos filhos incompetentes,
despreparados e ai vai descendo a ladeira da negligência fazendo surgir
profissionais que a sociedade não merece.
Arquitetos
que constroem e depois desabam ceifando vidas por ter utilizado
material desapropriado; enfermeiras (os) que passam sopa, leite e até
ácido pelo acesso de veias de pacientes; médicos que receitam
medicamento que ao invés de curar matam; cirurgiões que são verdadeiros
magarefes; professores que ao invés de educar entregam os pequenos
cidadãos à própria sorte, a deriva, fazendo descaso ao que é de mais
relevante para formação profissional e pessoal de qualquer cidadão: a
educação escolar. Por falta de incentivo político os educadores deixam
passar por entre os dedos a dedicação e competência que deveriam ter
para formar esses pequenos profissionais ao invés de deixá-los remar a
própria sorte.
Sou
estudante de letras na UEFS em fase de conclusão e certamente me
sentirei indignada ao encontrar a cada esquina, viadutos ou praças uma
criança necessitando muito mais que comida ou abrigo. Elas estão
sedentas sim é de amparo governamental das instituições públicas que de
praxe descumprem o seu dever social.
“Ei,
você ai, me da um dinheiro ai, me da um dinheiro ai?”. É comum esta
frase por ai a fora dita por crianças nos semáforos, nas vias, nas
esquinas, vistas como fatos comuns ao dia. Mas na verdade é um tapa na
cara de todos nós, responsáveis pela educação deste país, oitava
economia do mundo.
E, segundo o Renato Russo: "O Brasil é o país do futuro". Realmente espero que este dia chegue!!
*Camila Deangelis Rocha de Souza é graduanda em Letras Vernáculas pela UEFS.
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