Via flashes! Via fotografias! Via sonhos! Via utopias! Quanta opacidade nessa miragem!
Olha. Não vê! Toca. Não sente! Cheira. Qual cheiro? Bebe. Não sente o gosto! Ouve. Não sabe quem!
Quantas ilusões! Como podem os seus sentidos lhe traírem assim?
Olha no espelho e não se reconhece: Quem é este ser pálido, enrugado, desorientado e preso no reflexo diante de si? O que fizeram com ela? Simples, arrancaram-lhe a vida! E sem esta, que sentido há em estar ali?
Grita. Ninguém lhe ouve! Escorrega. Ninguém lhe segura! Cai. Ninguém lhe levanta! Tenta fugir de si. Ninguém lhe ajuda!
Que vida é esta em que ninguém lhe vê, lhe toca, lhe cheira, lhe saboreia, lhe ouve, lhe AMA? Qual o sentido nisso tudo? Velha, quase cega, quase surda, quase muda, trêmula e agora já desconhece os sabores da vida... Restaram-lhe apenas os dissabores que regam os seus recentes, últimos dias.
De repente, a imagem no espelho se dissipou. Ela saiu do banheiro. Voltou à sua gastada poltrona. Pegou o seu pincel, tintas e tela. Finalizou a pintura. Viu, diante de si, um autorretrato: uma mulher velha, quase cega, quase surda, quase muda, trêmula e que desconhece os sabores da vida.
Eram 21:00 e o sino tocou: “Hora de velho ir dormir”, diziam os mais jovens. A luz apagou e o asilo dormiu.
* Josenilce Barreto é graduada em Letras Vernáculas e mestra em Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), além de lecionar na mesma instituição. Também integra o conselho editorial da Graduando.
Olha no espelho e não se reconhece: Quem é este ser pálido, enrugado, desorientado e preso no reflexo diante de si? O que fizeram com ela? Simples, arrancaram-lhe a vida! E sem esta, que sentido há em estar ali?
Grita. Ninguém lhe ouve! Escorrega. Ninguém lhe segura! Cai. Ninguém lhe levanta! Tenta fugir de si. Ninguém lhe ajuda!
Que vida é esta em que ninguém lhe vê, lhe toca, lhe cheira, lhe saboreia, lhe ouve, lhe AMA? Qual o sentido nisso tudo? Velha, quase cega, quase surda, quase muda, trêmula e agora já desconhece os sabores da vida... Restaram-lhe apenas os dissabores que regam os seus recentes, últimos dias.
De repente, a imagem no espelho se dissipou. Ela saiu do banheiro. Voltou à sua gastada poltrona. Pegou o seu pincel, tintas e tela. Finalizou a pintura. Viu, diante de si, um autorretrato: uma mulher velha, quase cega, quase surda, quase muda, trêmula e que desconhece os sabores da vida.
Eram 21:00 e o sino tocou: “Hora de velho ir dormir”, diziam os mais jovens. A luz apagou e o asilo dormiu.
* Josenilce Barreto é graduada em Letras Vernáculas e mestra em Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), além de lecionar na mesma instituição. Também integra o conselho editorial da Graduando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário