Como
todos já sabem, acredito, Feira de Santana foi transformada em Região
Metropolitana em junho de 2011, que é o grupamento de municípios com interesses comuns e projetos compartilhados.
Segundo o atual secretário municipal de planejamento, Carlos Britto, em
entrevista para o canal G1, vai existir “várias cidades no entorno de Feira que
juntas irão discutir transporte, intervenções urbanas, captação de recursos,
representação política, brigando por obras de infraestrutura na cidade”, e
acredita “que vai dar uma guinada boa se os objetivos de todos forem comuns”.
Vejamos bem: se os objetivos de todos
forem comuns. Coisa difícil!
Entretanto, amigos,
a massa feirense, o grande povo, não faz a mínima ideia do que significou esse
evento, tampouco as autoridades se incomodaram em socializá-lo. Feira de
Santana, da maneira como se encontra, ainda vai levar muito tempo para se
tornar cidade, e quando se tornar não terá dado conta disso. Ainda somos um
pequeno vilarejo assombrado pelo antigo regime dos currais eleitorais e do
clientelismo político da República Velha.
Pois é! A
administração pública trata o cidadão de Feira com mesquinhez e ignorância,
acreditando ser um povo segregado é frágil, sem poder de decisão e transformação.
E não é de todo mentira. Pois, num passado recente, as pessoas iam às ruas para
defender seus interesses pessoais e coletivos, iam até as últimas consequências
de seus empreendimentos, mas agora não, o individualismo e a hipocrisia tomaram
conta delas, como numa epidemia avassaladora. Prova disso é o recente aumento
da passagem de ônibus urbano para R$ 2,50 e a curiosa atitude dos usuários,
cidadãos feirenses, que “enchem” os ouvidos de motoristas e cobradores de
ônibus com palavras de baixo calão e frases irônicas sobre o assunto e deixam
estudantes estigmatizados, enfraquecidos e solitários nas ruas, quando deveriam
reclamar, também, os seus direitos a quem de fato poderia resolver o problema. O
certo é que o povo desta terra tem jogado muita conversa fora. Será a lei do
mais forte ou a lei do acuado? Do indefeso? Do órfão? Creio ainda que seja outra
lei: a do medo.
É isto. O povo
feirense é órfão de pai e mãe e não aprendeu a lutar por sua própria sobrevivência.
Tem esperado que uma força do além venha resolver os problemas sociais que tanto
o assola; e esquecido de, ele mesmo, dar o primeiro passo, do lado de fora,
para as mudanças almejadas apenas entre quatro paredes.
Está mais que na
hora dos novos metropolitanos abandonarem, de uma vez por todas, a
condição de vítimas do sistema de corrupção e apatia administrativa de
prefeito, vereadores, secretários e companhia limitada, e quebrar a velha ideia
de que pessoas de culturas, lugares e costumes diferentes nunca se unem. Pelo
contrário, o povo feirense é a mistura que pode e deve dar certo.
*Wellington Gomes de Jesus é graduado em Letras com Espanhol pela UEFS e membro do Conselho Editorial da Revista Graduando
Bom dia, meu Caro!
ResponderExcluirNão queira esquentar a cabeça com a população de Feira de Santana. Não há nada que façamos para mudar a apatia deste povo alienado. O melhor que você tem a fazer é continuar apresentando as novidades, não deixe de fazer isso. Há sempre alguém precisando sair do abismo da ignorância, não queira atingir a massa. Eles não querem a igualdade querem ser iguais. Bom texto.