Por Danilo Cerqueira *
Estávamos
todos lá. Não todos os que hoje estão na Graduando... Não todos os estudantes
de letras da UEFS... Não todos os comissários, revisores ou comentadores da
revista (alguns comentários foram utilizados no convite para o
lançamento). Estavam lá pessoas que
prestigiavam a inserção de nossa revista no ambiente acadêmico (Obrigado!). Embora
não tenham lotado o anfiteatro (módulo II da UEFS), foi possível sentir o calor
e prestígio dos presentes, desde os acordes do grupo que tocou lá – pareceu um
show acústico! – até o coquetel, servido após o cerimonial. Depois de um
“estratégico” (?) atraso, nosso coordenador da mesa iniciou o momento com a
leitura da apresentação do periódico. Foi um texto de caráter introdutório e
expositor dos princípios básicos da revista. Após a leitura, o mestre de
cerimônia leu um poema que, segundo ele, representava aquele momento. Redijo-o
aqui:
Salmo do Instante V
Ao Dr. Possídio do Nascimento Coelho
e a José Matias Filho
Não esqueças este instante,
é tudo quanto possuis,
é mais forte mesmo
do que tua vida.
É teu espaço, este instante
Imperecível e estrelar.
É tudo o que tens de eterno:
incide doloroso e grande
em tua vida. Percorreu
do orco as últimas instâncias.
Não o deixes perecer
entre os milênios
de instantes esmagados.
Ó, não sejas tu somente
uma morte implacável de instantes.
Ittérbio Homem de Siqueira
Após
a leitura do poema, seguida por alguns aplausos, nossa convidada, Professora
Élvya, proferiu um breve comentário sobre o evento e nossa publicação. O
conselho editorial daquela época “julgou” oportuno convidá-la por merecimento e
consideração: a ideia para a revista surgiu a partir de elogios (dela) a
trabalhos de estudantes em sua disciplina, na sala de aula. Nada mais justo (justiça
não é um conceito tão sincero quanto gratidão, apreço, admiração ou sentimentos
mais sublimes ― o valor dado à produção discente) do que convidá-la para participar
de maneira destacada da nossa primeira publicação para o curso ― todas as licenciaturas
de Letras da UEFS.
A
entrega dos exemplares aos nossos primeiros articulistas foi emocionante, chocante,
“chorante” e divertida. Relatos diversos de nossos articulistas atestaram a
surpresa e, até certo ponto, a estranheza quanto à existência, no curso de
letras da UEFS, de um periódico acadêmico para estudantes. Ouvimos informações
tanto de que alguns supuseram os trabalhos serem um ― ou que certamente iriam para
o ― lixo (tanto no sentido literal quanto figurado, bem ao gosto do letrado).
Descobrimos também o “pai” e a “mãe” da revista naquela noite, muito depois dos
nove meses de uma gestação normal (que seria bem tardia). Estávamos (A
GRADUANDO) dando à luz uma criança que deve ser (re)embalada a e para cada novo semestre, cada nova
turma de letras que ingressa na UEFS e, claro, a cada novo grupo de
articulistas numa nova edição.
Para
que projetos como esse não sejam “somente uma morte implacável de instantes”,
como diz o poeta acima, é oportuno e necessário contrapor essas mortes
implacáveis a uma “ressurreição” do curso a cada novo grupo de estudantes que
enveredam pelas letras com suas histórias de vida, leituras e potencial de
escrita, em mais uma (ou a primeira) revista acadêmica (ou semestre letivo).