Este dia (14/10/2011) comecei a traçar um pouco da história de nossa revista acadêmica da graduação em Letras da UEFS, a Graduando. Começarei pelo início, como todo comum revelador de histórias.
As nossas primeiras reuniões aconteceram, principalmente, no Diretório
Acadêmico de Letras e Artes José Jerônimo de Morais e na praça do Engenho e da
Arte, vulgo Praça do Borogodó (dependências da UEFS, Universidade Estadual de
Feira de Santana). Entre os primeiros meses de 2010, Aline, Danilo, Eliseu,
Paulo César e Wellington, estudantes de letras, dispomos de parte de nosso
tempo de graduandos para conversar, organizar as atividades e preparar todas as
ações em torno da revista Graduando.
Organizar sim, mas, antes de tudo, conversar. Nossas conversas
percorriam todos os detalhes de uma revista acadêmica: discutimos o perfil de
cada membro do conselho editorial e da revisão; discutimos o símbolo da revista
numa das conversas mais demoradas que já tivemos; discutimos os passos pelos quais
cada artigo deveria passar até a publicação. Não tínhamos experiência, mas estávamos
interessados em fazer uma coisa importante para o curso, fazer da publicação
uma das partes que faltavam ao estudante que, por excelência - e por que não,
por existência – conhece o universo das Letras. Parte da nossa motivação já
está descrita na apresentação do primeiro número da revista, lançada em 02 de
dezembro de 2010. Mas o lançamento é para outra história. Ainda estamos nas
reuniões.
Nossas reuniões... nossas reuniões são bem legais. São demoradas. São “rusguentas”.
São francas. São conscientes. São chatas (relatos de alguns). São democráticas,
ou seja, bem “degustadoras” de opiniões. É um processo lento, mas que é sempre
colocado por alguns dos presentes como necessário para a confirmação do projeto
que a revista planeja e pretende para o curso. Alguns estudantes compareceram
às reuniões, comentando, tirando dúvidas, expondo sua opinião - não ficaram
conosco. Alguns dos cinco citados anteriormente já não podem - fazer o quê, não
é! Essas contribuições, creio, devem estimular - e realmente estimulam - a
continuidade, não das pessoas que fazem (ou fizeram) parte dessas
reuniões, mas a sucessão da ideia que representa fazer parte de um projeto para
nossa realidade. Se novos estudantes participarem dessa ideia, atividades não faltam; se aparecerem para
ajudar durante algum período, "que seja eterno enquanto dure" e
eternizado memória da revista.
Nossas Reuniões aconteceram em vários lugares durante os dois primeiros
meses de 2010. Nosso primeiro registro de e-mail é do dia 17 de março de 2010. As
reuniões certamente devem ter começado antes disso. Seria mais correto falar no
período entre janeiro e fevereiro (certamente em algum rascunho temos uma data
anterior), mas temos no momento apenas o e-mail como dado concreto. Preciso
revisitar minhas anotações. Lembrei-me de que, um dia, sugeri que escaneássemos
algumas de nossas anotações para postar no blog. Alguém fez aquele sorriso de “desdém-censura”
e eu deixei pra lá. Até conseguirmos um espaço no NEP (Núcleo de Estudos
Portugueses), demorou um tempinho. Não muito, mas o suficiente para termos na
memória algo importantíssimo: ainda que tenhamos os pés no chão, sempre seremos
andarilhos. Do início até o lançamento da primeira edição acabamos em 4: Aline,
Danilo, Eliseu e Wellington.
Voltando um pouco, a escolha da logo que apareceu pela primeira vez na
recepção aos calouros do semestre 2010.1 foi muito difícil. Debatemos aspectos
muito específicos de algumas das sugestões para a logo da revista. O slogam (a
frase) foi elaborada por um dos integrantes da comissão, mas nem por isso foi
menos discutido (stricto sensu, ou
seja, bem "ralativo").
Saímos de nossas reuniões para, por exemplo, convidar conselheiros e revisores.
As conversas com cada futuro conselheiro e revisor foram tranquilas, sem
grandes questionamentos. Em alguns casos presenciamos comportamentos de quase
euforia. Comentamos sobre isso. Gostamos disso. Pareceu que se estava
aguardando alguém (ou alguns, o que é mais certo) que tomasse (m) esse projeto, que
ele surgisse de um nada que é tudo, a sala de aula. Quis o destino (talvez
maneira de dizer) que um grupo de estudantes desse uma cara ao projeto de
fomentar a divulgação dos trabalhos acadêmicos da graduação (licenciatura) em
Letras da UEFS. Alguns acontecimentos estão em nossas memórias, outros se
perderam, por causa das muitas atividades executadas (às pressas quase sempre,
diga-se de passagem) por nós em quase dois anos de atividade... atividade de pensar
sobre nossa realidade. Mas, voltemos às reuniões, onde tudo deve começar.
Certa vez já disse alguém de nossa comissão, em qualquer lugar onde nos
encontrávamos: Já estamos reunidos, isso vai virar uma reunião? Realmente,
sempre tivemos muita coisa pra acertar sobre nossas atividades. As reuniões
aos sábados não dão conta e nossas atividades pela revista e comumente as que
realizamos durante a semana não suprem o volume de atividades - que vão,
inclusive, por algumas tarefas do processo de avaliação. Isso também será
assunto para novos textos.
As discussões (aqui no sentido comum) acontecem sim em nossos encontros,
inclusive gerando certo (des)conforto para as pessoas mais próximas, pessoas
não próximas e pessoas não tão próximas. Entretanto, sentimo-nos suficientemente
orientados por nossas experiências, leituras (de livros), reflexões e
professores para valorizar a opinião do outro, de nosso companheiro de um
trabalho em dupla, trio, quarteto...
*Danilo Cerqueira é Graduado em Letras Vernáculas pela UEFS, está fazendo especialização em estudos literários, também na UEFS, e integra a Comissão editorial da Revista Graduando.
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