“Deixem
uma caneta por perto, sempre que tiverem inspiração.”
Com
esta frase, que foi inserida no roteiro de Freedom
Writers ou Escritores da Liberdade,
filme dirigido e produzido em 2007 por Richard LaGravenese, baseado em fatos
sobre o cotidiano de uma professora iniciante, a senhora G., cheia de vontade
de mudar aquela realidade, iniciamos o editorial desta décima quarta edição. Assim
como aquela professora, ao longo dos meses daquele ano letivo, presenteou e incentivou
os seus alunos a adotarem um diário, no qual as suas experiências seriam
registradas como exercício de escrita — e, mais do que isso, de vida —, somos igualmente
professores que acreditam que um papel, uma caneta e uma boa dose de inspiração
sejam a receita certa para contarmos lindas e inspiradoras histórias,
implícitas nos textos publicados na Graduando:
entre o ser e o saber, revista acadêmica
da graduação em Letras, “diário” anual dos atuais graduandos da área no
Brasil.
Na
Graduando, quantas histórias de vida
não estão incluídas na produção dos inúmeros trabalhos, que temos publicado ao
longo dos últimos 10 anos? Quantos(as) graduandos(as) “passaram” por esta
revista antes de se formarem? Quantos(as) graduandos(as) vimos se pós-graduarem
ao longo desse tempo de existência? A resposta para essas questões é apenas uma:
dezenas!
Mas,
e quando essas histórias não são apenas histórias, mas um meio de formar,
profissional, acadêmica e pessoalmente, outros(as) tantos(as) graduandos(as)
igualmente iniciantes na arte de escrever sobre teorias e experiências? Quando
isso acontece, nós sentimos a vontade e a necessidade de dar voz às ideias e ao
que aprendemos, pesquisamos e experienciamos ao longo da nossa formação. Há dez
anos ininterruptos contribuímos para que isso seja possível na graduação em
Letras. Desde 2010, ano em que esta revista foi criada, variados e numerosos
têm sido os trabalhos escritos por graduandos(as), então professores e
pesquisadores iniciantes, que começaram a produzir e a dar voz aos seus
trabalhos que, atualmente, têm sido baixados, lidos e citados em vários outros
veículos de divulgação científica brasileiros e internacionais, como já
identificamos e listamos na seção intitulada citações, disponível no site
(http://www2.uefs.br/dla/graduando/citacoes.htm) deste periódico acadêmico.
Esses
dados, somados ao interesse dos(as) novos(as) graduandos(as) em Letras em
publicar e divulgar os seus trabalhos neste espaço de publicação científica,
são provas de que tanto a revista quanto os trabalhos nela veiculados são
fontes de inspiração e consulta para tantos(as) outros(as) jovens graduandos(as)
do nosso imenso, diverso e auspicioso Brasil. Tudo isso significa que aquela
receita inicial — uma caneta por perto, papel e inspiração — seja, de fato,
essencial para que os(as) graduandos(as) comecem e/ou continuem escrevendo e
divulgando os seus trabalhos, seja neste ou em outro(s) periódico(s) que também
publique(m) trabalhos de graduandos(as).
Para
além disso, nesta edição comemorativa dos 10 dez anos de criação da Graduando, os sentimentos e o desejo de
continuarmos inspirando novos trabalhos se renovam, principalmente, porque
seguir incentivando e divulgando a ciência, a arte e a cultura é, nestes tempos,
um ato de coragem!
C-O-R-A-G-E-M!
Coragem
para prosseguir inspirando, incentivando e divulgando os trabalhos dos(as)
graduandos(as), especialmente aqueles(as) inseridos(as) em universidades
menores, interioranas ou mais novas, pois, parafraseando uma das falas de cena do
referido filme, quem sabe possamos mudar,
de alguma forma, a vida deles(as), através do incentivo à produção e
divulgação científica realizadas nos diversos centros universitários brasileiros.
Nesse sentido, se conseguirmos ajudar a inspirar, a incentivar ou a melhorar, nem que seja minimamente, os rumos da formação acadêmica de um(a) único(a) graduando(a) já estaremos satisfeitos(as), pois, neste ano, que tem sido difícil por conta da pandemia e dos recorrentes ataques à ciência, principalmente à produção científica na área de Humanas, divulgar os trabalhos de graduandos(as) é, para além de coragem, um ato de resistência. Nunca estamos apenas na companhia das referências bibliográficas, mesmo na pandemia.
Nesse sentido, se conseguirmos ajudar a inspirar, a incentivar ou a melhorar, nem que seja minimamente, os rumos da formação acadêmica de um(a) único(a) graduando(a) já estaremos satisfeitos(as), pois, neste ano, que tem sido difícil por conta da pandemia e dos recorrentes ataques à ciência, principalmente à produção científica na área de Humanas, divulgar os trabalhos de graduandos(as) é, para além de coragem, um ato de resistência. Nunca estamos apenas na companhia das referências bibliográficas, mesmo na pandemia.
Resistir!
Quantos de nós não estamos resistindo a tanto e a tudo ao longo desses anos,
especialmente, neste ano? Quando um trabalho é publicado não se imagina o
quanto de esforço, coragem e dedicação foi impresso em cada linha, misturada
com a vida de quem a escreveu. Como falar de inspiração sem levar em conta o
que inspirou cada trabalho? Como falar de coragem sem refletirmos sobre as
inúmeras subjetividades, que imprimiram no papel a sua voz? Como incentivarmos
a escrita acadêmica sem antes lermos as várias histórias que estão à nossa
volta, principalmente aquelas daqueles(as) que, historicamente, foram
silenciados(as)?
Como
vemos, muitas são as questões, mas em uma coisa concordamos: todas as vezes que
você, graduando(a), seja de que lugar deste imenso país estiver, começa a
escrever um trabalho, inspirado na sua atuação acadêmica, profissional ou
pessoal, compartilha valores individuais e coletivos, de gerações inteiras,
antigas e contemporâneas. Dadas as imensuráveis conectividades planetárias e
humanas, tais valores, que orientam objetiva e subjetivamente atividades
humanas, podem proporcionar a outros(as) graduandos(as) que também se sintam inspirados(as)
a escrever e a publicar, porque eles(as) viram no seu texto — ou em textos que
partilham de semelhante reconhecimento —, valores como trabalho, inspiração e
coragem.
Firmando-nos
nessas ideias, encerramos este editorial com a certeza de que muitas questões
ficam em aberto, mas todas elas seguem inspirando outras tantas reflexões, que
podem ser retomadas em outros momentos por nós ou por você, caro(a) leitor(a),
já que lançamos neste espaço apenas a “ponta” de um enorme iceberg repleto de questões, que poderão ser retomadas, quem sabe,
pelos próximos 10 anos da Graduando.
Vida
longa à minha, à sua e à nossa Graduando!
Conselho Editorial
Excelente texto equipe, em breve espero ve-los todos
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